Em 1971, retomando uma longa e rica trajetória de participação política, o Movimento Negro sai às ruas para denunciar o racismo e lutar pela melhoria da condição de vida da população negra brasileira.
Em 20 de novembro 1971, há quarenata anos atrás, o Grupo Palmares de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, realizou o primeiro ato público da história do Brasil em homenagem a Zumbi.
Foi assim que o dia 20 de novembro foi instituído como o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi assumida pelo Movimento Negro Unificado em 1978 e a partir daí passou a ser comemorada por todas as organizações negras como a data mais importante da população brasileira de denúncia contra o Racismo .
Em pleno século XXI, passados 123 anos da chamada abolição, negras e negros de nosso país continuam oprimidos. Pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos. Para a Educação, Ciência e a Cultura) demonstram que a população negra ainda enfrenta problemas de desigualdade social, como o desemprego, dificuldade no acesso à escola, renda inferior e violência. Segundo os estudos, o grau de escolaridade é menor e o rendimento médio é equivalente à metade do recebido pela parcela da população considerada branca. Nos dois estudos foi constatado que mais da metade dos desempregados são negros. Há ainda um triste destaque para mulheres negras ocupando os piores empregos, situação que está diretamente ligada ao racismo e preconceito no processo de seleção.
Outra forma de violência que podemos citar é a forma como os meios de comunicação e livros escolares retratam negros e negras - estereotipados como subalternos, escravos, sem família e como trabalhadores sem qualificação.
